RESUMO
O objetivo deste texto é mostrar como a política nacional de humanização, bem como a humanização conquistada e decorrente da própria sociedade, é de fundamental importância para um atendimento e gestão de qualidade em saúde, principalmente a saúde pública materializada no SUS. Usaremos para isso como método a revisão bibliográfica e a análise crítica ou reflexiva. As conclusões sobre este trabalho é que devemos trabalhar a Humanização de forma intensificada principalmente na educação, nossos profissionais de saúde precisam além de apoio uma educação corporativa, ou seja, mais do que treinamento empresarial ou qualificação de mão-de-obra. Trata-se de articular coerentemente as competências individuais e organizacionais.
Palavras-Chave: humanização, saúde, SUS, políticas públicas
INTRODUÇÃO
O presente artigo tem com tema central a questão da humanização na saúde.
Faz-se necessário avaliar o nome hospital que tem um significado importante, o Ministério da saúde conceitua assistência- médico hospitalar com base de ação de um serviço médico, historicamente, a palavra “vem do latim hospitales, adjetivo derivado de hospes (Hóspede, estrangeiro, viajante, conviva) significado também o que da agasalho, que hospeda”.segundo o estudo de Mirshawka, (1941). Este fato deixa claro que nos hospitais a Gestão tem proporcionar ao paciente ou “hóspede” uma boa assistência e por isso tentar descaracterizar o ambiente hospitalar e humanizar o tratamento,
O estudo de Owen (1941. pág 23) diz que o “hospital deve trabalhar 365 dias no ano e, muito embora olhe a instituição humanitária, encontra os mesmos problemas econômicos da indústria “ bem, não poderia ser de outra maneira trata-se de uma organização complexa e exige planejamento e gestão eficiente.
Já para Gibony, (1941. pág 23) “o sucesso do bom atendimento esta ligado a planejamento, projeto e boa construção e boa administração“ são itens primordiais que bem trabalhados esta organização conseguira manter a um ambiente humanizado.
Para Roza (1983) “o paciente vem a busca de entender o que acontece com seu corpo e alivio do seu sintoma físico”. Esta relação esta voltada também a humanização o paciente ser tratado como ser humano não como doença, É a valorização desta relação que forma uma ponte e quebra o muro criado constituindo uma melhor assistência.
Um dos problemas visto com clareza é de tentar despertar a humanização, porque, na verdade, não há como ensiná-la, não há como ensinar alguém a ser bom, ou se é ou não se é. É inimaginável que alguém possa cumprir protocolos de como proceder tecnicamente para ser bom. Seria como se houvesse maneira técnica de segurar com carinho a mão de alguém que a estende em sua direção ou invés de furtar-se se esquivar e fingir que nada viu. Mas, é possível fazê-lo entender que o mínimo é ser educado, tratável, gentil com os outros. Humanizar é também considerar o paciente emocional, sofredor, que padece psicologicamente entristecendo, que cria fantasias, que sente medos e que deve ser atendido por psicólogos hospitalares preparados especificamente para esta função (e isso faz diferença, porque simplesmente tirar o psicólogo do seu consultório e levá-lo para um hospital não garantirá a qualidade do trabalho, porque são funções distintas).
O capítulo um trata do significado desta palavra, Humanização, ou seja, torna-se humano, amável, tratável e outros adjetivos que garantem a dignidade ética, concepção do processo de produção da saúde.
O capitulo dois aponta a politica nacional de humanização da saúde, Lei 8080 conhecida como “lei do SUS”, onde a constituição permeia que a saúde é direito de todos e um dever do estado, acesso universal com isso surge a PHN (Política nacional de Humanização)
Enquanto o capítulo três é colocado à importância da humanização de darmos aos profissionais apoio, estrutura e melhores condições de trabalho. Atividades educativas que permitem desenvolvimento e competência para cuidar sempre refletir e perceber onde estão as falhas.
I – O QUE É HUMANIZAÇÃO?
Humanizar significa tornar-se humano, amável, tratável, civilizar. humanizar é garantir à palavra a sua dignidade ética. Ou seja, o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer no corpo, para serem humanizadas, precisam tanto que as palavras com que o sujeito as expressa sejam reconhecidas pelo outro, quanto esse sujeito precisa ouvir do outro palavras de seu reconhecimento. Pela linguagem fazemos as descobertas de meios pessoais de comunicação com o outro, sem o que nos desumanizamos reciprocamente.
A política nacional de saúde, construída e pactuada por diferentes atores sociais nas duas últimas décadas, preconiza e almeja profundas transformações na atenção ao usuário.
Essas transformações apontam para mudanças em distintas dimensões: na concepção do processo de produção da saúde-adoecimento; no modelo teórico e técnico-assistencial que organiza e sustenta as práticas dos profissionais; no campo das práticas jurídico-políticas e culturais.
Há tempos o conceito de qualidade no atendimento é assunto tratado exaustivamente nos campos da administração, do comércio, do marketing, enfim, setores que atuam em vendas. Setores diretamente ligados à necessidade de arrecadação e prospecção de novos clientes.
Embora ideologicamente distantes dos fatores que norteiam o mercado financeiro, influenciado pela necessidade política de atender melhor aqueles que usam seu serviço, além de melhorar as formas de gestão e controle, o SUS no ano de 2003, propõe uma nova política oficial para melhoria no atendimento em saúde pública: A Política Nacional de Humanização (PNH). Contudo salientamos que
Na área da saúde, a definição de qualidade torna-se mais ou menos abrangente dependendo do quão ampla é a definição de saúde e da responsabilidade da equipe no seu atendimento. Significa que os envolvidos nos atos de saúde estão constantemente preocupados quanto às propriedades, benefícios e malefícios dos serviços prestados, desenvolvem atividades de aferição e aperfeiçoamento, para uma maior satisfação dos que necessitam desses serviços. (GRAHAM, 1995).
A política, denominada “Humaniza SUS” “busca colocar em prática os princípios do SUS no cotidiano dos serviços de saúde, produzindo mudanças nos modos de gerir e cuidar” (BRASIL, 2003).
Podemos observar de certa forma uma transposição da idéia da administração de foco no cliente para adequação dessa lógica a um sistema de controle social. Com base nessa realidade, pretendemos no decorrer deste texto explorar como o Brasil e suas políticas de governo têm atuado no sentido de humanizar o atendimento ao seu cliente, ou seja, o cidadão que utiliza os serviços públicos de saúde, bem como o papel da sociedade civil para conclusão desse processo.
Benevides e Passos (2005) se referem que desde 2000 na XI Conferência Nacional de Saúde (CNS) já se falava da importância de um atendimento e uma gestão mais “humanizada” em saúde. A própria conferência trazia como tema o "Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social". Citam ainda que de 2000 a 2002,
O Programa Nacional de Humanização da Atenção Hospitalar (PNHAH) iniciou ações em hospitais com o intuito de criar comitês de humanização voltados para a melhoria na qualidade da atenção ao usuário e, mais tarde, ao trabalhador.
A Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS), rede governamental criada pelo Ministério da Saúde, pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde com o intuito de facilitar a articulação entre as Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (ETSUS) e o fortalecimento da Educação Profissional em Saúde, explica que antes mesmo da XI conferência “A humanização nasceu vinculada à saúde da mulher, mais especificamente aos programas de humanização do parto, como reivindicação dos movimentos sociais” (BRASIL, 2005).
A RET-SUS aponta ainda que em 2000, com a criação do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNAH), a humanização se tornou uma política de governo e deixou de estar restrita a programas específicos, mantendo contudo, o foco na atenção (com o recorte dos hospitais) e no usuário.
O Ministério da Saúde informa que esta foi a primeira vez que o termo “humanização” apareceu no nome de um Programa: Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH). “O PNHAH visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar, através de ações que davam ênfase à melhora da assistência, focando principalmente as relações entre usuários e profissionais da área da saúde” (ibidem).
Em 2003, o Ministério da Saúde iniciou a expansão da humanização além do ambiente hospitalar com a instituição da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS), cujo objetivo principal é efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde nas práticas de atenção e de gestão, tornando-as mais humanizadas e comprometidas com a defesa da vida, fortalecendo o processo de pactuação democrática e coletiva (Brasil, 2004).
“Deste momento em diante a humanização avançou também em outras instâncias do SUS, e o que era um programa se transforma, em 2003, em uma Política: a Política Nacional de Humanização (PNH)” (ibidem).
Com a PNH, as ações de humanização voltam-se também para as demais instâncias da saúde, pois a Política objetiva a garantia e efetivação do SUS, através da mudança dos modos de fazer, dos modelos de atenção e gestão da saúde (ibidem).
O mesmo órgão explica que “A PNH entende humanização como a valorização dos diferentes sujeitos - usuários, trabalhadores e gestores - implicados no processo de produção de saúde”. E acrescentam em seguida que
Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde.
O Ministério da Saúde conclui então que por ser uma política, a humanização deve, “traduzir princípios e modos de operar no conjunto das relações entre profissionais e usuários, entre os diferentes profissionais, entre as diversas unidades e serviços de saúde e entre as instâncias que constituem o SUS (BRASIL, 2004)”.
Jarbas Mello
Acadêmico em Administração Hospitalar
Faculdade São Camilo - RJ
Criador e editor do portal Estudantes de Adm
Leia mais: http://www.estudantesdeadm.com/news/humaniza%C3%A7%C3%A3o-na-saude%3a-a-ess%C3%AAncia-do-bom-tratamento-parte-1/
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