Provavelmente
quando você pensa em histórias de superação de limites vem logo aquela imagem
da maratonista suíça cambaleando quase desfalecida para cruzar a linha final.
Ela não venceu a prova. Sua classificação nem foi importante. Mas a imagem de
alguém que contrariando as próprias fraquezas busca forças para atingir o
objetivo é emblemática.
Na história
da humanidade há diversos casos de pessoas que se destacaram em meio às mais
diversas dificuldades. Beethoven, mesmo surdo, continuava compondo. Grande
parte de suas obras foi realizada no período de maior gravidade de sua doença.
Clodoaldo Francisco
da Silva é outro exemplo de história da vida real. Até pouco tempo desconhecido
e talvez com grande possibilidade de ser “mais um”, destacou-se ao vencer não
só
seis medalhas de ouro na natação das últimas Paraolimpíadas, como venceu o
preconceito. Mostrou que é possível ser um atleta de alta performance mesmo
“imperfeito”. Os antigos gregos foram mestres em criar histórias de pessoas e
seres extraordinários. Destaca-se a história de Hércules e seus doze trabalhos.
E você? Sabe como se forma um campeão? Entre tantas características importantes
uma se destaca: a superação!
A superação
vem basicamente da vontade de realizar algo maior, de superar os limites, de
alcançar o topo. É isso que torna algumas pessoas especiais. Vencedoras!
O esporte
mundial é um catalisador de situações de superação humana. Uma das mais
destacadas foi o bicampeonato mundial da seleção brasileira masculina de vôlei.
Costumo usar o exemplo desta equipe vencedora em minhas palestras, pois
traduzem o mais alto espírito de superação do ser humano. Pessoas comuns
capazes de atingir o mais elevado posto em sua atividade: o sucesso!
Como é
possível? A fórmula é simples e ao mesmo tempo trabalhosa: trabalho em equipe +
dedicação pessoal + emoção + garra + paixão = conquista!
O trabalho
em equipe é cada vez mais um diferencial competitivo. Se sozinho é possível
alcançar elevados índices de produtividade, em equipe os resultados se
multiplicam. Aqui cabe lembrar a diferença entre equipe (ou time) e grupo.
Uma equipe é
constituída de pessoas que tem objetivos em comum. Trabalham para o mesmo
propósito e por isso não competem entre si, mas cooperam. O grupo é um
amontoado de pessoas que estão juntas por alguma afinidade, mas que não garante
o alcance de resultados comuns. Voltando ao diferencial que uma equipe
proporciona, vale destacar que quando se trabalha em equipe a diversidade é
importante para o resultado positivo. Visões diferentes podem auxiliar na
tomada de decisões que sozinho você talvez demorasse mais para encontrar. A
sensação de pertencer a uma equipe é por si só motivadora. Ayrton Senna e
Michael Schumacher não seriam grandes vencedores sem o apoio de uma equipe.
Pense nisso quando surgir aquela oportunidade na empresa de fazer parte de um
time para solucionar um problema que aparentemente não tem a ver com você.
A dedicação
pessoal é a parte que cabe a cada um para fazer a diferença. É notória a
história que, na época áurea do Santos Futebol Clube, por volta de 1965, um dos
destaques era a dedicação pessoal do maior jogador de todos os tempos: Pelé.
Aqueles que acompanharam de perto a trajetória do “Rei do Futebol” contam que
após os treinos ele se dedicava exclusivamente à cobrança de faltas. Com isso
muitos de seus gols de falta foram decisivos para o brilhantismo da era Pelé.
Na empresa também é assim. O profissional que dedica um tempo extra para
aprender algo novo ou simplesmente busca a qualidade no que faz, faz a
diferença.
Por fim vem
a tríade: emoção-garra-paixão. Para transformar estes sentimentos e sensações
em ações práticas na gestão organizacional é preciso entusiasmo.
A palavra
entusiasmo vem do grego e significa "sopro divino". Os antigos gregos
eram politeístas, isto é, acreditavam em vários deuses. Entendiam que a pessoa
entusiasmada era aquela que era possuída por um dos deuses. Sendo assim,
poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem. Se traduzirmos
para os dias de hoje é fazer tudo com prazer e ter prazer em tudo que faz.
Quando colocamos nossas emoções positivas em prol de uma atividade certamente
nos sentimos contagiados pelo sucesso e também influenciamos os que estão por
perto.
É muito
gratificante trabalhar com pessoas que vibram com o que realizam. Demonstram
prazer no trabalho que desenvolvem. E todos nós podemos sentir assim. Basta
entregar-se de paixão àquilo que gosta de fazer. Caso esteja em uma atividade
que não se sinta tão feliz, procure outra. Caso não seja possível busque formas
de tornar esta atividade mais prazerosa. Para isso converse com seus pares,
chefia, colegas e outras pessoas que possam contribuir para uma visão diferente
da sua. Sempre há uma solução.
Tenha
certeza que, para um indivíduo ou uma equipe obter o sucesso é necessária muita
superação. Acreditar em seu potencial de realização e fazer acontecer.
Rogerio Martins é graduado em Psicologia (UNISANTOS) e possui Pós-Graduação em Recursos Humanos (Universidade Metodista de SP) e Psicodrama (ABPS).